A família é a base imprescindível ao reencontro de almas necessitadas de amparo e ajuda mútua onde, além do amor, se reencontram, para ajustamento e harmonização, antigos adversários do passado que juntos pela força da consanguinidade e com a bênção do esquecimento do passado, recebem nova oportunidade de reconciliação. É onde antigos desafetos mergulham nas vestes carnais com o propósito de recomeçar uma nova experiência no longo caminho evolutivo do espírito imortal, acalentados nos braços e na ternura, muitas vezes, dos seus algozes ou de suas vítimas do passado com a finalidade precípua de experienciar vivências em reparação de erros pretéritos. Por isso, ao contrário do que se possa imaginar, a constituição do grupo familiar não é um resultado casual de encontros fortuitos e apressados do mundo físico. Claro que não, pois que a constituição familiar, muito antes do nascimento de cada membro, foi previamente planejada nas esferas espirituais superiores, de acordo com a necessidade de cada um. Nada que seja importante e decisivo neste planeta escola é obra do acaso. Tudo é causal, tudo tem um motivo.
Dentro do planejamento da futura família encontram-se não somente os cônjuges, mas também os filhos, tanto biológicos como não, os chamados filhos adotivos. Ao contrário do que possamos imaginar, pais e filhos a serem adotados entre si, pois que a adoção é uma via de duas mãos, são almas desconhecidas apenas na aparência corporal da vida material, mas velhos conhecidos na medida em que são espíritos com relações iniciadas em encarnações anteriores e que agora se reencontram para os acertos necessários e indispensáveis perante a lei do destino. O filho adotado com tanto amor e carinho pode ser o companheiro ou companheira de outras vivências agora retornando na qualidade de filho adotivo, para dar continuidade ao incessante trabalho de evolução espiritual. Estamos neste planeta escola para um processo de aprendizagem e corrigenda e, para tanto, necessitamos reencontrar, novamente, os antigos companheiros erros e acertos. Nos informa o espírito Joana de Ângelis que, em muitos casos da vida presente, os filhos hoje adotados são aqueles recusados em outras etapas e que agora chegam até nós pelas diversas circunstâncias impostas pela lei de causa e efeito.
A adoção sempre constitui um dos mais nobres exercícios no campo da fraternidade, sendo um dos atos mais remuneradores na vida futura do espírito. É importante não perdermos nunca de vista que somos todos espíritos ainda nos primeiros degraus na longa escada da evolução e que a reencarnação é o único mecanismo que nos oferece a chance de aprender em todos os quesitos, mas, também, nos oferta preciosas oportunidades de aparar arestas pontiagudas de desacertos relacionais construídos ao longo dos séculos e dos milênios e que permanecem armazenados no cofre do tempo até serem abertos com a chave da aceitação, da reconciliação e do perdão. Por isso, aproveitar o tempo para nos melhorarmos é tudo o que temos que fazer, eis que lição não aprendida é tempo desperdiçado. Cada indivíduo que passa por nós, deixa um pouco de si e leva um pouco de nós numa troca de ensinamentos e aprendizados. Exatamente por isso que na adoção não somente, enquanto encarnados, ensinamos como pais, mas aprendemos também como espíritos a desenvolver em nós próprios sentimentos elevados como a paciência, a perseverança e o amor filial não somente com os filhos do corpo, mas, também, com os filhos do coração. No estágio espiritual da Terra, a carência do afeto, quase sem exceção, está subordinada aos ditames da lei do retorno. Por isso, você que é pai ou mãe adotiva e que cumpriram o planejamento elaborado na espiritualidade, lembre-se, que o ser que hoje se acalenta do seu calor filial e sob o abrigo e proteção da sua dedicação, do seu carinho e do seu amor, antes de você chegar para acolhê-lo nos seus braços, ele não estava escondido do mundo. Ele estava a espera de alguém. Estava à espera de você.